Tenho conversado com uma quantidade imensa de mantenedores e diretores de escolas espalhadas por todo o Brasil. Do sul ao norte, mesmo.
A maioria desses possui uma super história e caminhada na educação e isso é muito bonito de se ver. São um poço de conhecimento, entendimento e de boas práticas que muitas vezes são até tácitas, sem uma explicação formal, teórica. Foram aprendidas com anos e anos iterando e melhorando o processo.
E dentro disso está muito do que acredito na educação: aprendemos repetindo e evoluindo a cada nova tentativa.
No processo de trazer novos alunos não poderia ser diferente: é preciso uma cadência de evolução e uma frequência de olhar, replanejar a rota, tomar novos caminhos e dar o próximo passo. E, principalmente aliado a esse histórico empírico de donos e gestores de anos em escolas, é muito importante que isso seja feito com dados. É disso que quero falar com vocês nas próximas semanas.
É muito comum que essas pessoas estratégicas muitas vezes tenham uma noção assertiva de onde vem os alunos: geralmente, de bairros muito próximos, em um raio de até 2 km de distância (algo que varia de cidade para cidade, é claro, mas que funciona assim na média). E de uma forma geral, estarão certos na maioria dos casos e tentativas. Mas, será que você está avaliando totalmente o cenário à sua volta? Todas as oportunidades estão contempladas? Existe alguma ameaça e ponto cego que não está vendo?
Instigo essa reflexão porque é muito importante entender a sua base de alunos no tempo. O que mudou no cenário pós-pandêmico com relação ao que tinha antes? Será que existe uma região em que você não traz mais tantos alunos? Alguma outra que agora é mais relevante na sua escola?
Veja o caso dessa escola. Resumi os dados para dois anos, apenas. Em amarelo, 2019. Em verde, 2021.
Notem que em 2019 existia uma região amarelada mais abaixo com uma quantidade até relevante da base que deixou de existir em 2021. E, de uma forma semelhante, uma área verde acima, dois anos depois, que passou a ter mais alunos compondo a base.
Independentemente das conclusões, que não cabem aqui, entendam que existe claramente uma mudança de paradigmas na base, ainda que se argumente que não é uma quantidade tão grande. O que você precisa para crescer bem sua instituição está no fanatismo e detalhe com que se prepara e define uma estratégia.
Bom, essa era a reflexão que queria provocar em vocês que me acompanham semanalmente por aqui. Somem dados à experiência de vocês e tenho certeza que muitos frutos bons serão colhidos, com paciência e disciplina.
Um abraço!