Assunto polêmico: Preço sem valor vira leilão.
Falar de preço antes de construir valor transforma a escola em commodity. A família não compra um número, ela escolhe quem dividirá a responsabilidade de formar seu filho. Escuta, contexto e prova antecedem tabela — e é isso que muda a comparação. Em agosto, preço sem narrativa afasta, enquanto preço com história organiza a escolha.
“Quanto é a mensalidade?” é a pergunta que chega primeiro. E é também a armadilha que transforma a escola em commodity em quinze segundos. Quando a resposta é um número solto, a conversa morre no comparativo mais pobre possível: cifra contra cifra, sem contexto, sem história, sem porquê. Preço sem valor vira leilão. E quem entra em leilão sempre perde (mesmo quando “ganha”).
A família não está comprando um número; está decidindo quem vai dividir a responsabilidade de formar o filho. Quando a gente despeja tabela antes de entender o que ela busca, joga fora a chance de ancorar a cabeça do responsável nos pontos que realmente importam: método que faz sentido, rotina que acolhe, segurança que acalma, resultados que aparecem em casa. O número vem, claro. Mas vem depois de uma narrativa que explique o que ele compra. Sem isso, qualquer desconto soa como confissão de fraqueza, não como política clara.
O caminho é outro: escuta antes de cifra, prova antes de proposta, contexto antes de condição. Quem pergunta primeiro (“o que motivou vocês a buscar outra escola agora?”) ganha a rota da conversa. Quem mostra como a escola resolve a dor declarada (na prática, com exemplos vivos) muda o tipo de comparação que a família faz em seguida. E quando o preço finalmente entra, ele entra sentado ao lado do valor percebido, não em pé numa vitrine de números.
Você ainda está no momento de alinhar esse discurso, sem pressa e sem plateia. Reescreva as primeiras frases. Troque o reflexo do PDF pela postura de quem conduz decisão. Ajuste o roteiro de visita para amarrar método, segurança e desenvolvimento socioemocional ao que foi dito no WhatsApp. Preço bem colocado não assusta; organiza a escolha. O que assusta é a escola que se apressa em falar de tabela antes de provar por que deveria ser escolhida.
Em agosto, a família decide rápido. Se o seu número chegar sozinho, ele vai embora na mesma velocidade. Se vier de mãos dadas com uma história coerente o comparativo muda de patamar e a conversa deixa de ser leilão para virar escolha.
E antes de acabar o artigo desta semana e deixar a polêmica, só quero deixar claro: existem casos e casos. Em geral, você vai perder mais do que ganhar falando o preço de cara. Mas, existem realmente casos em que isso vale à pena (especialmente, com volumes muito altos de procura).
Qualquer coisa, chamem e a gente troca uma ideia sobre o caso em específico.
Um abraço,